quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Sobre as nossas mães


Dorival Caymmi
A minha mãe dizia quando estava adolescente: “ta vendo que você gosta de sucessos comerciais!” quando eu tocava uma música recente ao sábado a noite, na banda de baile popular. Ela não entendia que estavamos desempenhando um papel de ator como músico. O sorriso era uma fachada: pudia ser preocupado, inquieto, triste... teve que assumir o emprego. Preferia ensaiar do que tocar no palco. Nunca teve a presença de espírito para explicar para ela o que eu vivia naquele instante. O hábito de conversar não me foi ensinado em casa. O meu gosto das palavras veio quando eu deixei o meu lar familial, por dicas de colegas e não de professores...

Feliz quem pode lembrar da sua mãe e ter saudade dos conselhos dela: “este mundo é feito de maldade e ilusão, veja como sofre o pobre coração, pobre de quem acredita na glória e no dinheiro para ser feliz”. Obrigado o seu Caymmi para essa linda música.

agora é com você: posta o teu comentário, por favor! Me dê a tua opinão sobre o video da Gal cantando Dorival: Saudade da Bahia.

Link: http://www.youtube.com/watch?v=6NaTZ6ShPAU


quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Crônicas do "Seu Velho"

Sou Velho, cheguei no Brasil quando estava com trinta e poucos anos. Era como se renacer, cheio de ideais, cheio de desilusões românticas... pois é, náo há a nada como o sentimento de ser abandonado. Ao longo das nossas vidas, temos que desistir de algumas projetos... Aquele de conceber uma família é comum a muita gente, mas quando fracassa-se dói... Assim decidi tentar não agradar a ninguém no objetivo de achar o meu próprio caminho, mas só existimos através das nosas interações. Então entendi que não adiantava estar feliz sozinho, sem compartilhar essa alegria de viver. O eremita é bonito, lá na sua gruta, mas não sente o prazer de partir a sua energia, o seu entusiasmo.

Aprendi que pudemos ser amados sem ser perfeitos. Temos tudos qualidades e defeitos, mas precisamos ver os lados bons dos nossos contatos. Sozinhos não conseguimos muitos planos. A internet até dá a impressão que pudemos construir o seu território, mas só faz sentido se o seu talento é dividido com outros.

Sobre mim: Me sinto um privilegiado, nunca senti fome na minha infância. Mas nunca me senti bem se aparecer por ser mais abastado do que o padrão do lugar onde vivi. Sempre gostava de usar roupa comum, que não parecia nova, como se não merecia roupa chique. A fartura precisa ser geralizada. Uma linda casa no meio da favela não é valorizada... Temos recursos para abastecer a humanidade, mesmo com fontes